quarta-feira, 19 de abril de 2023

A QUE PONTO CHEGAMOS...

 

Em um mundo repleto de tecnologia no qual conseguimos rastrear praticamente tudo, conseguimos falar e o computador escrever, recebemos notícias do outro lado do mundo em tempo real e mesmo assim, termos que presenciar o cancelamento de aulas e fechamento de escolas por conta de ameaças de terrorismo de algum delinquente juvenil exercendo poder de influencia psicopata. Sinceramente, não dá para aceitar.

             Entretanto, tenho que ser restritivo com as palavras e não deixar aflorar indignação maior. “ _a que ponto chegamos_ ”...

 Mas então, o que vamos fazer? Colocar barreiras, portas giratórios com detector de metal, no entorno da escola policiamento, guarda armada, botões do pânico, transformar os Centros de educação infantil em prisões? O que mais? Qual será o meio mais eficiente para prevenção e proteção em uma unidade de ensino?

Crédito clicrbs

 Com os temores de um possível ataque provenientes de tamanha insanidade e ameaças que ultrapassam todas as barreiras da sanidade, as atitudes que estamos tomando não passam de meras medidas paliativas que podem até inibir, mas não garantem a segurança e integridade de nossas crianças.

 Então a proteção será garantida se colocarmos seguranças armados na porta das escolas? Não! Até porque muitos atentados são cometidos por crianças contra outras crianças ou contra professores. Além do mais, imagine um segurança armado ser surpreendido por um aluno pulando o muro porque chegou tarde ou querendo gazear aula, qual poderá ser a atitude imediata deste segurança? Mas então, o que fazer?

 Necessitamos, mais do que nunca, buscar uma forma para nos aproximarmos mais das crianças e adolescentes, procurar entender quais os motivos que levam estas pessoas a cometerem atrocidades. Se procurarmos, talvez possamos encontrar históricos ligados ao bullying, intimidações e abusos familiares, tudo fora do normal mas que deve ser levado em consideração. Estes sinais podem ser claramente observados dentro das escolas em momentos que antecedem a chegada ao nível destes que cometerem tamanha insanidade.

 Penso ser necessário que as escolas estejam preparadas para identificar um abuso. Temos que nos adaptar, ampliar os estudos e conhecimento para identificar estas situações. As percepções socioemocionais fazem parte da base curricular nacional, mas quantos pais sabem exigir isso das escolas?

 Outro aspecto importante é que as escolas necessitam de modernização, devem sair da teoria, implantar o mundo virtual pois é dentro dele que muitos jovens vivem quando estão fora das escolas. Mas qual o caminho para isso? Talvez promover aulas que integrem e interajam com redes sociais? Falar mais sobre jogos eletrônicos? Talvez sim, talvez ajude, mas o certo é que temos que entender o mundo virtual que eles vivem na medida da idade para podermos montar um pre-diagnostico ou desenhar o caminho que estas crianças e jovens devem seguir.

 Estas ações não isentam os pais, eles devem fazer parte deste processo, mas no momento que lhes é incumbido extra-escola. “cada um em seu quadrado”, afinal, eles também devem fazer parte e fiscalizar as atitudes dos filhos. Mas o que está ficando cada dia mais nítido é que vivemos um mundo doente, temos que encontrar o motivo da doença e diagnosticar para depois desenvolver o tratamento, buscando a cura ou a recuperação.

 Se a empatia e o amor prevalecer, vamos voltar a viver tempos de paz e fraternidade.

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